Friday, July 20, 2007

Voláteis
São os amores.
Eternidades gasosas
Vapores.

Ocos
são os amores.
Alojando-se em buracos.
Ausências
Recheando nadas.

Líquidos são os amores.
Vasados
Preenchendo moldes
De uma forma inexata.

Pastosos são os amores
Gelatinas
Escorrendo nas formas.
Movimentos quase neutros.
Disformes.
A forma do outro.
Algo amorfo.
Conformado.
Navego em águas estranhas
velas a meio vento.
Adernado
Ora pra um lado
Ora pro outro.
Penso que minha vocação seja ficar no cais
E soprar.
Soprar velas
De barcos
Que não vão voltar.
Não lembro mais
o que essa música me lembra.
Choro mesmo assim.
Por mais que me esforce
Não consigo
Simplesmente
Desssentir o que sinto.
Não é a razão que comanda
Tudo o que faço.
Não é nada.