Thursday, September 06, 2007

Calma

Se o deputado que você votou
meteu mão na bufunfa,
calma, você não é um banana.
É um laranja.

História comentada 1-

Mozart com batatas.

Dois empresários bem sucedidos em seus negócios ( plenamente identificados
com os sistemas que acreditam que a vida é lucro e Rp), andavam lado a lado
numa destas wall streets mundiais (colocada aqui só para fins cenográficos e ideológicos).
Paul detém-se ao olhar para uma lata de lixo:
- Gerald, o que é aquilo?
Gerald apruma seus óculos de lentes grossas.
- Uma lata de lixo Paul.
Paul nota a desatenção meio blassé do parceiro e reforça:
- Dentro Gerald, dentro da lata.
Os dois se aproximam e puxam a lata para um lugar mais claro para poderem
observar melhor.
- Me parece um Mozart, diz Paul.
- É um Mozart, certamente, exclama Gerald . (forma teatral para atingir maior peso dramático).
- E agora? Pergunta Paul. (um ar pateta para o personagem só para enganar o leitor).
- Pegue, ora! Responde Gerald com os olhos faiscantes de homem que sabia o que fazer para ganhar mais dinheiro ainda. (só para separar o bem e o mal).
Assim se deu. Juntaram o Mozart maltrapilho que jazia no fundo da lata de lixo, (figurino ideal para o papel de vítima) colocaram num carro preto altamente veloz e luxuoso (detalhes para identificar a opulência dos protagonistas) e chegaram ao 88° andar da corporação. (exagero para evidenciar a riqueza e poder deles).
A criadagem (modernamente chamados de colaboradores) tratou de dar um banho em Mozart, vestir-lhe roupas novas e servi-lhe uma sopa quente com batatas e pão. (Um cardápio clássico e cristão. Um toque bíblico) Claro, a vítima sorveu com sofreguidão, (algo animalesco para provocar compaixão) ao olhar feliz de todos que a esta altura se acotovelavam nos balcões dourados. (para o clima ficar mais burguês ainda).
Gerald irrompe o salão principal. (Ricos e corpulentos se movem assim) Exultante, é seguido por carregadores que puxam um piano escuro.
Gerald olha para Mozart e aponta o instrumento com um sorriso de orelha a orelha.
(sorriso que denota alguém de posses, pois para isso é preciso ter todos os dentes).
- Toque, maestro!
O prédio emudeceu. Clima de grande expectativa e ansiedade.
Ouviram-se apenas os passos débeis de Mozart sobre o mármore. (mármore mesmo)
O banquinho do piano não rangeu, pois era novinho em folha. (Para que teriam um piano? Imobilizar capital inutilmente?).
Ele tocou magistralmente. Tocou por dias, semanas, meses. Bem alimentado, compunha sinfonias e óperas com maestria.
Gerald, que a esta altura já tinha descartado Paul do negócio (lembram do Paul?) gravava tudo e comercializava a um bom preço em todos os mercados possíveis.
A mídia enaltecia seus méritos de cidadão, mecenas e grande benemérito das artes.
O “salvador dos artistas”. Gerald estava feliz com seu tino empresarial o sucesso de seu Mozart com batatas e suas fotos acompanhado de loiras com pouca roupa nas revistas. (induzir à sacanagem).
Até chegar a intimação. Na audiência Gerald foi informado que Paul (lembram do Paul?) requereu o registro da marca Mozart. Todos os direitos autorais passariam para ele. (Ele Paul). (eu disse que ele não era um pateta).
Gerald apelou, recorreu. Paul apelou, recorreu. Advogados carecas, valises escuras, correria e stress. Um loira gostosa escova o cabelo sentada no banquinho do piano. (para criar um ar licensioso e sugerir o destino de um piano sem pianista.)
A obra recolhida está sob custódia do estado na comarca de Saint Honoré (este nome é pra história não perder o ar burguês). A mídia silenciou, pois os dois disputantes são investidores de vulto. (sacumé).
Mozart perdeu sua sopa com batatas.






Monday, September 03, 2007

Capital

Tá certo,
o capitalismo venceu.
Quando será que chega o meu?