Voláteis
São os amores.
Eternidades gasosas
Vapores.
Ocos
são os amores.
Alojando-se em buracos.
Ausências
Recheando nadas.
Líquidos são os amores.
Vasados
Preenchendo moldes
De uma forma inexata.
Pastosos são os amores
Gelatinas
Escorrendo nas formas.
Movimentos quase neutros.
Disformes.
A forma do outro.
Algo amorfo.
Conformado.
Perfis do futuro.
Planos , metas, estratégias.
O sentimento decretado.
Oscilações limitadas.
Até piar a saracura.
A nova tentativa
Tem o passado
Pra não repetir,
Pra não esquecer.
A nova tentativa não é nada nova.
Razão explícita. Não erros.
Atenção aos avisos.
Olho nos sinais.
Vontade desexpontânea.
Diretrizes, bissetrizes.
Desejo cartesiano.
Mapas de reamar.
Sentimentos lógicos.
Bússulas, sextantes.
Enquanto isso o amor espera entediado
Por um lapso nas coordenadas pra voltar a funcionar.
VENTOS
velas cheias de vento.
Adernado
Ora pra um lado
Ora pro outro.
Penso que minha vocação
talvez seja ficar no cais
E soprar.
Soprar velas
De barcos
Que não vão voltar.
